segunda-feira, 14 de março de 2016

E nasce a Maria!



E nasce a Maria!


Foram meses de preparação, de ansiedade, de felicidade, de conversas com a barriga. 

Sim, com a barriga, porque como diz o meu irmão Saulo, que é pai da Bianca e do Bernardo: "até o final dos nove meses, você é pai de uma barriga." E é isso mesmo. Os planos na nossa cabeça são lindos, você sabe exatamente o que fazer, como fazer e na hora certa. Nos planos, porque na prática, meu amigo, a coisa muda totalmente.

O parto estava previsto para meados de abril. Quando fomos nos aproximando da data, o médico já alterou para menos. A Maria deveria nascer lá pelo dia 4 de abril de 2015, um dia antes da páscoa. 

Começamos a nos preparar para esse dia. Eu mentalmente (porque é o máximo que o pai pode fazer nessa hora), a Renata, na prática. Preparou toda a bolsa da Maria, roupinhas para usar no hospital, outras para sair do hospital, luvinhas, paninhos e tudo que era necessário. 

Como na sexta-feira que antecedia o nascimento da Maria seria feriado, nos programamos para organizar algumas coisas em casa, a Renata ia preparar sua mala para o hospital, e mais alguns detalhes para que a nossa pequena chegasse com tudo organizado. 

Seria lindo, se fosse no papel, porque na vida real, você se programa só para achar que está no controle, porque na verdade, não está!

Acontece que, na quita-feira à noite a Renata começa a ter umas contrações, que começam a ficar mais fortes. Resolvemos ligar para nosso médico, que pediu para irmos até o hospital onde ele estava fazendo plantão. Aí o bicho pegou. Em meio as contrações a Renata me orientava para fazer a mala dela, já que no nosso planejamento seria feita apenas na sexta. 

Entre uma contração e outra ela falava o que eu devia pegar. Eu pegava, colocava na mala e voltava para onde ela estava. E ficava esperando, em silêncio, sem apressá-la. Porque afinal, quem precisa de pressa numa hora dessa, né?

Por dentro eu estava assim:


Mas por fora, para que ela ficasse tranquila, eu aparentava assim: 


Passava das onze da noite quando chegamos na maternidade, o coração batia forte, um pouco por preocupação com a Renata, um pouco por ansiedade pela chegada da Maria, e um monte por ser pai de primeira viagem que não sabe direito o que fazer. Por sorte, o pessoal da maternidade foi super gente fina. 

O Doutor chegou e acompanhei ele no vestiário, para colocar aquelas roupas de hospital, já que eu ia acompanhar o parto. Ele entrou no centro cirúrgico e eu fiquei esperando em uma salinha para ser chamado. Não sei quanto tempo fiquei lá, mas foi uma eternidade. Eu sentava, levantava, arrumava a roupa, verificava se estava com bafo, tentava acertar aquela touca no cabelo, e nada de me chamarem. Nessa hora passa um milhão de pensamentos. A gente tenta ficar calmo, mas está na nossa cara que o urso aí em cima está prestes a sair. 

Eis que me chamam, entro já no momento do parto e... (como diria o Chaves) Zás! Aparece a Maria!

Não temos fotos ou vídeos desse momento, até porque não estava nos planos que a Maria chegasse na madrugada da sexta-feira santa, mas também não precisa, porque vou ficar com essa cena durante toda  a minha vida e vou chorar todas as vezes que relembrar. 

Eu olhava para ela boquiaberto e olhava para a Renata, que sorria. Chorava mais que a menininha que estava nascendo. Mas ainda consegui falar que o narizinho dela era igual ao da mãe. 

Acompanhei a Maria em todos os procedimentos, e depois fiquei um tempo ao lado dela, no berçário. As primeiras respirações dela, os primeiros sons, foi maravilhoso. Eu só agradecia por aquele momento tão mágico. 

Quando a Renata foi para o quarto, fui eu junto com a Maria, e a mamãe pôde curtir a filhota e sua primeira mamada no peito. Já passava das quatro horas da manhã, mas quem disse que eu pensava em dormir.

Aliás, se eu não dormi, também não deixei ninguém da família dormir, porque passava mensagens a todo momento, querendo compartilhar um pouquinho essa emoção de nascer pai.


* Nessa semana (dia 14) que a coluna está publicada, pela primeira vez em onze meses, estou sozinho com a Maria, porque a Renata foi viajar à trabalho. Então semana que vem, conto como foi essa "aventura"




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